quarta-feira, 12 de abril de 2017

AbrileMaio, sempre comigo

Abril e Maio foram sempre os meus meses de eleição. Temperatura mais amena, sol iluminando as ruas das cidades com flores de todas as cores do mundo, com mais ou menos esplanadas onde gente, não demasiada, se acomoda para sentir o calorzinho que não é de lareira nem sem de aquecedores , onde as roupas leves dão lugar a casaco e cachecóis que tapam corpos e cabeças a ponto de quase não reconhecermos quem se esconde lá dentro... 
Abril e Maio, meses que nos separam dos meses de inverno em que apenas as cores encarnadas , doiradas e brancas do Natal e da Neve preenchem montras e ruas e estradas mas por pouco tempo.

Conversa na esplanada

Na esplanada da Praia Velha, no Clube da Praia, aguardando uma água bem fresca, enquanto ao lado, duas mulheres de cerca de 40 anos, almoçam e conversam... 
As palavras de uma delas deixam- me triste e reflectindo no mundo que nos rodeia. Afirma ela, bem decidida e sem qualquer hesitação que não está para não poder ir de férias , sempre e quando lhe apetece, para cuidar da mãe , com cerca de 65 anos. Já decidiu, até porque os filhos também já lhe disseram e , segundo ela, têm toda a razão... A mãe, por muito que não queira, vai para um Lar. Eles irão lá sempre que puderem. Até porque a mãe tem um feitio difícil e está sempre chamando a atenção aos netos, que são uns amores mas estão habituados a fazerem o que gostam e querem 
Afinal, não podem estar todos dependentes da Mãe e Avó , palavras assim mesmo proferidas por quem é Mãe hoje e contou com a ajuda da sua Mãe na educação dos filhos, que hoje se recusam a ajudar .
Nada tenho contra Lares e ou Instituições que acolhem pessoas idosas. Nem eu sei se algum dia optarei por encontrar apoio numa dessas instituições, escolhida por mim mesma , ainda lúcida é analisada a minha condição no momento. Contudo a frieza com que esta mulher falava da situação da mãe e da nula disposição  para a apoiar deixou- me perplexa, para não dizer chocada.
Será esta a realidade preponderante nesta sociedade? Quero acreditar que não... mas dentro de poucos anos saberei quais os tempos e carinhos que me aguardam...